Fundação: 28/10/1824 (189 anos)

Levou apenas o que podia, e seguiu mata a dentro. Estava a procura de terras. Cada vez mais estava dentro da mata fechada, deixando-se guiar pelo poente. Todavia, perdera o rumo. Com o passar dos dias, seus alimentos acabaram, e perdera suas armas. Vendo que estava condenado, voltou os olhos para Deus e seu padroeiro:São Simão Apóstolo. Somente Deus poderia salvá-lo. Caso fosse socorrido, permaneceria no lugar do socorro, até o fim de sua vida, junto com sua mulher e seus escravos. Construiria no lugar, uma capela, para abrigar a imagem de seu padroeiro, feita por suas próprias mãos.
Enfim, Deus ouviu suas preces, e em meio a uma noite escura, avistara fogo, e foi pedir socorro. Fora socorrido por um casal de escravos foragidos. Ali permaneceu até recuperar-se. Quando estava recuperado, voltou à Casa Branca, mas a expedição não estava mais ali, mas em Caconde.
Para lá seguiu, escolheu o mais belo cedro, e com suas mãos fizera a imagem de seu padroeiro. Reunira a esposa, os cativos, os víveres, a pólvora, as armas, as sementes e a cria. De rumo certo, chegou ao lugar onde foi socorrido. Ali, fez construir sua casa e a capela.
Anos depois, percebeu que a terra era fértil, e requereu a posse da sesmaria que vinha de Casa Branca até o Rio Pardo nas proximidades de Ribeirão Preto, com a missão de povoá-la.
Controvérsia sobre a fundação
Alguns historiadores afirmam, que o município não foi fundada por Simão da Silva Teixeira, pois há registros de uma vila povoada chamada Tamanduá, do tempo da chegada do bandeirante.
Em 14 de abril de 1835, o povoado foi elevado a categoria de Capela e Curato. Em 8 de março de 1842, a capela foi elevada a Paróquia, e depois distrito, pela lei imperial XXVI. Por essa razão, os moradores ficaram responsáveis pela construção da igreja matriz.
Crescimento do município

Visitas ilustres
O município de São Simão, recebeu no século XIX, a visita de Dom Pedro II, e de sua esposa Dona Teresa Cristina Maria de Bourbon. Ambos desembarcaram na estação ferroviária da época, caminharam pela Rua dos Expedicionários, e depois da caminhada, degustaram doces numa doceria da cidade.
São Simão e a Revolução de 1932

No dia 20 de agosto de 1932, os jovens simonenses foram para as batalhas por M.M.D.C.. A plataforma da estação estava tomada de gente, pois todos queriam despedir-se dos jovens combatentes. Essa tropa incorporou-se ao Batalhão Capitão Saldanha da Gama, comandado pelo Capitão Reynaldo Ramos Saldanha da Gama, que entusiasmado e contente com a força de vontade dos combatentes, enviou-lhes para Vila Queimada, Pedreira Lavrinha, e Queluz: as frentes de batalha mais perigosas. Enquanto a guerra matava e destruía, o Batalhão Feminino recolhia fundos para ajudar quem estava nos combates.
Em outros episódios da guerra, é verídico o fato de que vários soldados da cidade se esconderam nas diversas fazendas ao norte do Morro do Cruzeiro. Muitos deles saíram e voltaram para as suas casas apenas quando descobriram que a guerra havia acabado. Foram às vias principais da cidade e foram saudados ainda como heróis.
Quando souberam que as forças getulistas poderiam se aproximar de São Simão, os simonenses que haviam ficado na cidade esconderam seus bens de valor para não os entregar às tropas inimigas. Uma história interessante, é que o senhor Orlando Flores chegou a enterrar o próprio automóvel para que as tropas mineiras não o confiscasse, e não usasse-o contra as forças paulistas. Em 28 de setembro de 1932, São Paulo viu-se derrotado, sem saída, pois havia sido traído por alguns estados que antes da Revolução de 32 prometiam ajuda e apoio às tropas paulistas, mas que na hora que a revolução estourou ficaram do lado do Governo. São Simão perdeu dois combatentes:Aristóteles de Abreu Patrony e João Francisco. Mas em 16 de julho de 1934, foi assinada uma nova Constituição. São Paulo saía vitorioso, afinal!
Igreja Católica
O município de São Simão, pertence à Arquidiocese de Ribeirão Preto.
Matriz São Simão Apóstolo
A Igreja Matriz foi construída no estilo eclético: mistura elementos neoclássicos como o Arco Pleno, porém possui também, na fachada, elementos que a caracterizam como do partido Jesuítico - triangularidade entre janelas e portão principal -, apesar de possuir um Nartex, que é o recuo da entrada - uma certa espécie de loggia - praticado pelo partido Franciscano na arquitetura. As suas linhas no sentido vertical nos lembram o Déco. Suas edículas, termo que utilizamos na arquitetura para designar espaço para se colocar estátuas, cristãs ou não, na fachada - o termo Edícula no português brasileiro caiu em coloquialismo, perdeu o sentido correto e passou a ser considerado uma casa ao fundo de um terreno - são do estilo Renascentista. Vemos então que a Matriz simonense possui estilos que remetem a mais de quatro séculos de existência, prática muito comum ao final do século XIX.
Obras e restaurações Em 1963, o sino maior apresentou uma rachadura, e por isso, os três sinos foram substituídos. Em 1999, passou por uma reforma que trocou o piso, restaurou obras de arte sacra, além da pintura do prédio. Houve um desabamento parcial do teto da nave, a igreja ficou interditada para a construção do teto da nave, e por medida de precaução, os tetos sobre o altar-mor e sobre o altar barroco, foram destruídos, e construídos novos, mas felizmente, ninguém se feriu, poi isso aconteceu durante a noite. A decoração destes forros, que era em arte sacra, foi totalmente restaurada, conseguindo em um belíssimo resultado.
Pinturas de arte sacra No teto da nave, está pintada a cena do martírio de São Simão. Sobre o altar-mor, está pintada a cena de São Simão sendo levado à glória de Deus. Sobre o altar, está pintada a cena de anjos, adorando o Corpo e Sangue de Cristo na eucaristia, e anunciando o Juízo Final. Nas paredes dos corredores laterais, paralelos à nave, estão pintadas as Via Crucis. No início de um dos corredores (o direito ao entrar pela porta da frente), vê-se a imagem do Cristo crucificado, e ao fundo, a pintura de Jerusalém.
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